Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 22/11/2024
FECHAMENTOS DO DIA 22/11
O contrato de soja para novembro24, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 0,59%, ou $ 5,75 cents/bushel a $ 983,50. A cotação de janeiro25, fechou em alta de 0,71% ou $ 7,00 cents/bushel a $ 992,25. O contrato de farelo de soja para dezembro fechou em alta de 0,71 % ou $ 7,00 ton curta a $ 289,2 e o contrato de óleo de soja para dezembro fechou em alta de -0,97 % ou $ -0,41/libra-peso a $ 41,77.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou o dia em alta, mas o acumulado da semana em baixa. O mercado aproveitou as três quedas anteriores, onde a cotação da soja perdeu 3,17%, para recompor suas carteiras. Os preços baixos e a demanda, ainda aquecida, deram a sustentação a alta desta sexta-feira. O USDA informou a venda de 198 toneladas de soja para um destino não conhecido durante o dia. As vendas extras somaram 1,22 milhão de toneladas ao longo da semana. No dia anterior o USDA já havia informado que as vendas para exportação superaram a expectativa do mercado.
No entanto, as condições favoráveis para o plantio no Brasil e a Argentina evitaram maiores altas no dia, assim como pressionaram as cotações ao longo da semana. Com isso a soja fechou o acumulado da semana em baixa de -1,50% ou $ -15,00 cents/bushel. O farelo de soja caiu – 0,14% ou $ -0,4 ton curta. O óleo de soja perdeu -7,89% ou -3,58 libra/peso.
Análise semanal da tendência de preços:
Fatores de alta:
a) No Brasil a demanda forte e estável de óleo de soja para biodiesel continua mantendo os preços elevados, como mostra a tabela abaixo (os demais produtos têm uma redução de mais de 10% em relação a 2023, enquanto a soja oscilou esta semana apenas -0,35%; o farelo teve variações positivas no dia, na semana e no mês e o óleo continua 26,28% acima do preço do final do ano passado).
b) Nesta semana, artigo de revista argentina registrou que o Brasil pretende importar óleo de soja daquele país para completar a sua cota de B15 de biodiesel. Aparentemente será para as empresas do Centro-Oeste ou do Norte, onde há mais falta de soja ou ela está tão cara que vale mais a pena trazer óleo pronto da Argentina do que comprar soja, porque não há demanda suficiente para o farelo, por exemplo. Na última quinta-feira, a soja valia R$ 135,00 interior do RS, mas em Rondonópolis falavam em R$ 147,00. Já, no Sul, a conta do esmagamento, fecha.
Fatores de Baixa
a) China reduz volume total de compras de soja americana: A colunista da Thomson Reuters Karen Braun escreveu em seu relato que os negócios com a China caíram 7% quando comparados como o ano anterior. “Isto significa que a China reduziu a sua presença no mercado dos EUA e representa agora apenas 47% de todas as vendas, a quota mais baixa em meados de novembro – sem uma guerra comercial no meio – em 18 anos. As exportações de soja dos EUA, normalmente, representam 64% das previsões totais de exportação do USDA para a temporada 24/25, algo bastante normal”, disse a especialista. E sobre a possibilidade de outros destinos compensarem a menor participação chinesa, Braun disse que neste momento “as vendas para a Europa e o Egito destacam-se por estarem bem acima das do ano passado. Juntas representam 11% do total atual” dos EUA. vendas externas;
b) as boas condições climáticas para a semeadura e para o desenvolvimento inicial das lavouras no Brasil e na Argentina. Quanto ao clima no Brasil, os próximos cinco dias devem
trazer boas chuvas para a região do Matopiba, que vem de um período mais seco nos últimos dias e manter um bom suprimento de umidade na região central do país, principalmente nos Estados de Mato Grosso e Goiás. Por outro lado, há previsão de tempo seco para grande parte de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo;
c) A queda do óleo também adicionou pressão (depois da queda de hoje, a posição de dezembro perdeu 7,89% do seu valor na semana, passando de 999,78 para 920,85 dólares), que voltou a operar em conjunto com o óleo de palma, que fechou uma semana muito negativa – o seu o valor caiu 8,81% – no mercado malaio devido à procura que agora não parece tão firme quanto o esperado;
d) Argentina aumenta a área plantada: Em seu relatório mensal de estimativas agrícolas, o Ministério da Agricultura da Nação projetou a intenção de plantar soja em 2024/2025 na Argentina em 17,90 milhões de hectares, acima dos 17,80 milhões do relatório de outubro e dos 16,60 milhões da safra anterior. Os novos dados ficaram em linha com os 17,90 milhões de hectares previstos pela Bolsa de Rosário, mas abaixo dos 18,60 milhões de hectares previstos pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires;
e) Baixíssimo Índice de Confiança do consumidor chinês, que está no seu nível mais baixo de todos os tempos e sinaliza problemas para a economia chinesa, refletindo-se em possível menor demanda de todas as commodities, inclusive alimentares, como mostra o gráfico ao lado. A demanda chinesa de soja deverá diminuir de 110MT para 109 MT, segundo o USDA, ou de 119 MT para 109 MT, segundo outras fontes do mercado, incluindo os volumes de compras antecipadas logo após as eleições americanas, para prevenir-se de uma possível Guerra Comercial. Além disso, o país está tentando aumentar consideravelmente a sua área plantada doméstica, para dimuir a dependência externa do produto.
Fonte: T&F Agroeconômica
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O post Chicago/CBOT: Soja encerrou a sexta em alta com demanda americana, mas semana em baixa apareceu primeiro em MAIS SOJA - Pensou Soja, Pensou Mais Soja.