Por Caroline Mendes | [email protected]
Os preços das principais proteínas brasileiras seguem trajetórias distintas, segundo o relatório Agro Mensal de junho do Itaú BBA. No caso da carne bovina, a demanda internacional permanece como fator de sustentação, enquanto o setor de frango enfrenta pressões baixistas e a suinocultura mantém margens positivas graças à combinação de custos menores e exportações firmes.
No mercado do boi gordo, maio registrou preços mais fracos, reflexo de uma oferta confortável. No entanto, junho trouxe sinais de recuperação, com o indicador Cepea saindo de R$ 301/@ para R$ 314/@ até meados do mês. As exportações seguem como principal motor de sustentação: em maio, o Brasil embarcou 218 mil toneladas de carne bovina in natura, superando em 2,9% o mesmo mês de 2024. O preço médio da carne exportada também avançou 3,4%, atingindo US$ 5.200/t – o maior patamar desde novembro de 2022.

Além do bom desempenho nos embarques, o mercado interno também começa a dar sinais de melhora, com os frigoríficos conseguindo repassar parte dos custos para os preços da carne no atacado. A expectativa do banco é que a firmeza das exportações continue sustentando o mercado, mesmo com o avanço gradual da oferta nos próximos meses.
Para a carne de frango, o cenário é inverso. Os embargos impostos por diversos países após o caso de influenza aviária registrado no Rio Grande do Sul em maio derrubaram os embarques e aumentaram a oferta no mercado interno. Entre 15 de maio e 16 de junho, o preço da ave abatida recuou 16,3%, retornando ao patamar de um ano atrás, segundo dados do Cepea. O Itaú BBA projeta que, mesmo com a reabertura gradual de alguns mercados, junho ainda terá forte impacto negativo nas exportações. Internamente, a pressão de oferta pode provocar novas quedas nos preços, apesar de o frango manter competitividade frente às demais carnes.
Na suinocultura, o cenário permanece positivo. Mesmo com leve recuo nos preços em junho, as margens continuam sólidas – em torno de 25%, o que representa um ganho de R$ 240 por animal terminado. A redução dos custos, puxada principalmente pela queda no preço do milho, somada a um bom desempenho nas exportações, tem garantido essa sustentação. Em maio, o Brasil exportou 106 mil toneladas de carne suína in natura, alta de 16% sobre o mesmo mês do ano passado, com destaque para o aumento das vendas para Filipinas e Japão.
O Itaú BBA também destaca que, apesar da pressão sobre o frango, o mercado de suínos tem sofrido menos com os impactos da sobreoferta de proteínas no mercado interno, graças ao equilíbrio entre produção e demanda externa aquecida.
LEIA TAMBÉM:
ABPA ativa plano de ação estratégico para enfrentamento da Influenza Aviária
Aurora Premium estreia no Taste São Paulo com foco em experiências sensoriais
PIB do agronegócio cresce 6,49% no primeiro trimestre de 2025