Revista Campo & Negócios
Nematoides na soja em MT: avanço da raça 4+ preocupa e exige manejo urgente

O avanço dos nematoides na soja em Mato Grosso (MT) tem preocupado especialistas e produtores. Segundo a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), houve um crescimento expressivo da raça 4+ do nematoide de cisto nas lavouras da região de Sorriso, no médio norte do estado. A praga tem se mostrado resistente e difícil de controlar, especialmente em áreas que utilizam cultivares de soja sem resistência genética específica.





Raça 4+ domina lavouras de soja em Sorriso (MT)





A raça 4+ do nematoide de cisto da soja tem se multiplicado rapidamente em Sorriso. Segundo a doutora Tânia Santos, pesquisadora em nematologia da Fundação MT, o uso de cultivares suscetíveis à praga está contribuindo diretamente para sua disseminação:






“Observamos o aumento da raça 4+ principalmente onde as cultivares não apresentam resistência. Precisamos rever as variedades usadas e adotar estratégias de controle mais eficazes.”






Além da região de Sorriso, o avanço dos nematoides de cisto e galha também foi identificado em municípios como Alto Garças, Itiquira, Tesouro, Campo Verde, Primavera do Leste, Rondonópolis e Pedra Preta. No noroeste e centro-norte do estado, cidades como Brasnorte, Campo Novo do Parecis, Santa Rita do Trivelato, Diamantino, Ipiranga do Norte, Nova Maringá e Nova Mutum também apresentaram crescimento nas populações desses fitonematoides.









Impacto pode ser mascarado pelas boas chuvas





De acordo com a doutora Rosângela Silva, especialista em fitopatologia da Fundação MT, os efeitos negativos dos nematoides na última safra podem ter passado despercebidos:






“Como a safra 24/25 teve boa distribuição de chuvas, o impacto dos nematoides na produtividade não foi tão sentido. Mas, se a próxima safra for menos chuvosa, o produtor poderá enfrentar grandes perdas.”






Perdas nacionais com nematoides passam de R$ 27 bilhões





Dados da Sociedade Brasileira de Nematologia e empresas como Agroconsult e Syngenta estimam que os nematoides causam prejuízos superiores a R$ 27,7 bilhões por ano na cultura da soja no Brasil.





Para a doutora Cláudia Dias Arieira, da UEM (PR), o planejamento de safra deve começar com a análise nematológica:






“É fundamental definir se será usado controle químico, biológico ou ambos. O manejo precisa ser técnico e personalizado.”






Estratégias de manejo para nematoides na soja em MT





Segundo a doutora Juliana Nunes, da Fundação MT, agir com antecedência é essencial:






“O manejo eficiente começa com o diagnóstico. É preciso conhecer os tipos de nematoides presentes em cada área para agir com precisão.”






As principais recomendações incluem:






  • Análise de solo e raízes para identificação dos nematoides




  • Escolha de cultivares resistentes às raças predominantes




  • Uso de plantas não hospedeiras e rotação de culturas




  • Aplicação de nematicidas biológicos e químicos conforme o nível de infestação




  • Monitoramento contínuo da população de nematoides






“O controle de nematoides depende de um manejo integrado e constante. Não dá para contar com a sorte”, reforça Rosângela Silva.






Fundação MT oferece suporte completo em nematologia





A Fundação MT conta com uma equipe especializada e laboratório próprio para análises de fitonematoides. Os principais serviços incluem:






  • Amostragem e quantificação de nematoides




  • Identificação de raças do nematoide de cisto da soja




  • Avaliação de eficácia de nematicidas químicos e biológicos




  • Geração de laudos para planejamento de manejo personalizado





Com foco no Mato Grosso, a Fundação MT garante soluções baseadas em ciência e tecnologia, promovendo lavouras mais produtivas e sustentáveis.





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