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Parasitoides no manejo de pragas

O controle biológico de insetos é uma estratégia fundamental e sustentável para o manejo integrado de pragas agrícolas. A premissa básica do controle biológico é controlar as pragas agrícolas e os insetos transmissores de doenças a partir do uso de seus inimigos naturais (Embrapa).


Dentre os diversos métodos de controle biológico, o uso de parasitoides tem se destacado como uma ferramenta eficiente e de baixo impacto ambiental. Várias famílias de insetos são fontes de parasitoides para agentes de controle biológico, tais como Aphelinidae, Braconidae, Encyrtidae, Eulophidae, Ichneumonidae, Pteromalidae, Platygastridae e Trichogrammatidae, entre os himenópteros, e Tachinidae, entre os dípteros. Os himenópteros parasitoides são frequentemente chamados de “vespinhas”, devido ao pequeno tamanho da maioria de suas espécies (Costa & Perioto).


Diversas espécies de insetos são conhecidas como agentes de controle biológico de pragas. Os parasitoides, como afirma Cruz (2007), são conhecidos como agentes de controle biológico em que pelo menos uma de suas fases de vida está intimamente associada à praga, tratada como hospedeiro natural.


De acordo com Costa & Perioto, os parasitoides são organismos que provocam a morte de seus hospedeiros para completar seu desenvolvimento. Eles atuam como parasitas apenas no estágio larval, desenvolvendo-se em um único hospedeiro, enquanto os adultos têm vida livre.


As larvas dos parasitoides, conforme destacam Bueno et al. (2022), vivem associadas aos hospedeiros, consumindo seus tecidos e nutrientes para completar seu ciclo de vida. Cada parasitoide utiliza apenas um hospedeiro, que, como resultado do processo, morre. Os insetos parasitoides são conhecidos por matar obrigatoriamente seus hospedeiros. Estima-se que existam aproximadamente 200 mil espécies diferentes de parasitoides no mundo.


Figura 1. Relação de parasitoides, pragas e as respectivas culturas agrícolas.

Fonte: Abreu et al. (2015).

Na cultura da soja, o parasitismo desempenha um papel extremamente importante na redução de pragas, tanto como parte do controle biológico natural quanto como bioinseticidas aplicados dentro de programas de controle biológico aumentativo (Bueno et al., 2022).


De acordo com Laumann & Sampaio (2020), os parasitoides podem ser classificados de acordo com seu desenvolvimento em endoparasitoides ou ectoparasitoides, e também como parasitoides solitários ou gregários. Os endoparasitoides são espécies que completam seu desenvolvimento no interior do hospedeiro, enquanto os ectoparasitoides se desenvolvem na parte externa do organismo hospedeiro. Os parasitoides solitários são aqueles em que apenas um indivíduo se desenvolve por hospedeiro, enquanto os parasitoides gregários são caracterizados pelo desenvolvimento de múltiplos indivíduos por hospedeiro.


Além disso, os autores destacam que os parasitoides também podem ser divididos em especialistas ou generalistas, dependendo da gama de hospedeiros viáveis. São considerados especialistas aqueles que atacam um grupo restrito de espécies hospedeiras. Por outro lado, quando um parasitoide é capaz de parasitar uma ampla variedade de hospedeiros, é classificado como generalista.


Bueno et al., (2022) afirmam que o uso de controle biológico aumentativo, com o uso de parasitoides na cultura da soja é importante devido a redução do uso de agrotóxicos sintéticos e devido ao menor impacto ambiental. O controle biológico aumentativo consiste na aplicação massal dos parasitoides em uma cultura.


Figura 2. Parasitoides de ovos registrados para comercialização como biodefensivos na agricultura.

Fonte: Bueno et al. (2022).

Quando bem implementado, e de forma preventiva, o controle biológico de pragas por meio de parasitoides pode ser uma interessante alternativa de manejo, reduzindo a densidade populacional de pragas e a necessidade do uso de inseticidas. No entanto, vale destacar que o monitoramento das áreas deve ser constante, e o uso de parasitoides para o controle de pragas em culturas comerciais deve ser uma medida integrada e não singular, complementada pelo controle químico quando necessário.




Veja mais:Telenomus podisi como agente do controle biológico de Euschistus heros







Referências:


BUENO, A. F. et al. MANEJO DE PRAGAS COM PARASITOIDES. Embrapa, Bioinsumos na Cultura da Soja, cap. 24. Brasília – DF, 2022. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/234840/1/Bioinsumos-na-cultura-da-soja.pdf >, acesso em: 26/04/2024.


COSTA, V. A.; PERIOTO, N. W. TECNOLOGIA SUSTENTÁVEL: INSETOS PARASITOIDES. Disponível em: < http://www.biologico.sp.gov.br/uploads/files/pdf/tecnologia_sustentavel/insetos_parasitoides.pdf >, acesso em: 26/04/2024.


CRUZ, I. CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS NA CULTURA DE MILHO PARA PRODUÇÃO DE CONSERVAS (MINIMILHO), POR MEIO DE PARASITÓIDES E PREDADORES. Embrapa, circular técnica, 91. Sete Lagoas – MG, 2007. Disponível em: < https://www.embrapa.br/documents/1344498/2767891/controle-biologico-de-pragas-na-cultura-de-milho-para-produ-cao-de-conservas-por-meio-de-parasitoides-e-predadores.pdf/bb67e9d1-38b0-4610-8400-bf1b97016054 >, acesso em: 26/04/2024.


EMBRAPA. CONTROLE BIOLÓGICO. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/tema-controle-biologico/sobre-o-tema#:~:text=A%20premissa%20b%C3%A1sica%20do%20controle,como%20fungos%2C%20v%C3%ADrus%20e%20bact%C3%A9rias. >, acesso em: 26/04/2024.


LAUMANN, R. A.; SAMPAIO, M. V. CONTROLE DE ARTRÓPODES-PRAGA COM PARASITOIDES. Embrapa, Controle Biológico de Pragas da Agricultura, cap.3. Brasília – DF, 2020. Disponível em: < https://www.researchgate.net/publication/340977974_Controle_de_artropodes-praga_com_parasitoides   >, acesso em: 26/04/2024.


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